A valorização
Sou professora efetiva no estado, cidade de Belo Horizonte/Minas Gerais. Atuando sempre no 2º ano do ensino fundamental, com crianças de 7 anos. Graduada em Pedagogia e cursando pós de Psicopedagogia.
Todos nós, professores, pedimos constantemente a valorização por parte dos governantes e da sociedade em geral, com salários justos, acompanhados do reconhecimento efetivo da profissão como sendo primordial na base de um país que tem como objetivo o seu desenvolvimento e progresso.
Para que isso aconteça, acredito que primeiramente necessitamos de fazer uma reflexão conjunta (a união se faz necessária) sobre o que seja essa tão almejada valorização.
Nós, professores, nos valorizamos?
Acreditamos na educação?
Estamos realmente fazendo a diferença na vida de crianças e jovens?
Temos o comportamento de um educador em todos os lugares em que nos encontramos?
Sabemos nos posicionar como tal em todas as situações cotidianas, seja na escola ou fora dela?
Temos um sindicato organizado, fortalecido e comprometido? Participamos ativamente dele?
Estamos sempre nos atualizando, pesquisando e aprimorando nossos conhecimentos? E o mais importante! Colocando-os em prática?
Se é assim... A mudança e a valorização ocorre no professor, na escola, no sindicato, para então ser reivindicada com segurança aos governantes e à sociedade.
Por que quando constatam que a educação vai mal, os nossos dirigentes e especialistas dizem que a primeira providência a ser tomada é a capacitação dos profissionais?
Talvez a nossa resposta seja que com as condições que nos oferecem não podem exigir bons profissionais.
E se de repente a escola funcionasse como uma empresa, contratando e promovendo os funcionários conforme seu currículo profissional e a sua produtividade? (Com todos os direitos assegurados como qualquer outro profissional e não contando com a “boa vontade” do governante, anunciando em alto e bom som que liberou uma “gratificação especial”).
E se não estivéssemos assegurados por concurso? Estaríamos mais atuantes? Menos acomodados com a situação?
Por outro lado, já se pode ver na mídia: “Seja um professor!”
Alguma mudança estará por vir?...
É bom lembrar que somos educadores, lidamos com pessoas e que não se pode esperar chegar em uma sala de aula com o planejamento pronto e executá-lo. Não vale ficar indignado porque não pode colocá-lo em prática porque ocorreu uma briga em sala ou o aluno não se interessou pelo assunto.
Caros colegas! Educar é isso, é saber lidar e modificar essas situações. O plano não deu certo? Mude-o de acordo com o interesse da turma. Na educação o que vale é a qualidade e não a quantidade (Apesar de insistirem no excesso de conteúdos insignificantes e resumirem a educação em porcentagens e gráficos. Exigindo à cada dia mais e mais resultados positivos, atropelando etapas no desenvolvimento da criança).
É fácil? Não é dificílimo! Por isso, ser professor é para poucos, ser educador é para uma minoria.
Viva o Professor/Educador que ainda tem entusiasmo e motivação para estar em uma sala de aula!
Nós, que ainda acreditamos na profissão, vivamos o nosso dia, na esperança de dias melhores, que com certeza seremos nós mesmos que os faremos melhores...
Joyce Morais Pianchão
Outubro/2009.
