O objetivo primordial aqui é incentivar as crianças a se interarem com o mundo da leitura e da escrita. É o de valorizar o que produzem e como produzem. É promover a interação do aluno, da família e dos amigos em favor da alfabetização e letramento.
domingo, 25 de dezembro de 2016
Despedida 2016
Eu criei este blog em 2009 e o conduzi por sete anos.
Em 2015 eu me afastei da atividade escolar e agora estou me afastando deste espaço.
Eu saio, mas o blog continua por aqui.
Acredito já ter contribuído muito pela educação. Continuarei a ser professora, a me preocupar com os rumos da educação e sei que em outros espaços ainda me verei falando sobre escola.
Porém, é o momento de tomar outro rumo.
Agradeço a todos aqueles que acreditaram no meu trabalho e me seguiram por todos estes anos.
Agradeço também aos outros blogs que tive oportunidade de conhecer e trocar valiosas experiências.
Fico agora com o
blog joyceescreve.blogspot.com.br
Abraço a todos e feliz 2017!
Joyce Pianchão
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
Para nós, pais. Para eles, filhos.
Filhos
A meu filho Marcos
Daqui escutei
quando eles
chegaram rindo
e correndo
entraram
na sala e logo
invadiram também
o escritório
(onde eu trabalhava)
num alvoroço
e rindo e correndo
se foram
com sua alegria
se foram
Só então
me perguntei
por que
não lhes dera
maior
atenção
se há tantos
e tantos
anos
não os via
crianças
já que
agora estão os três
com mais
de trinta nos.
Ferreira Gullar
domingo, 13 de novembro de 2016
CHUVA E ESCOLA COMBINAM?
Para a criança tudo é festa, nada se complica,mesmo se chegar na escola molhado pela chuva.
Para elas é uma festa de sombrinhas e capas coloridas. Se tiver que tirar o tênis molhado e ficar descalço na sala de aula, não tem coisa melhor.
Mesmo que o aviso seja não ir para o pátio, lá vai um correndo brincar na chuva.
E a professora aproveita esta euforia da meninada e faz da chuva o tema da aula. E então acontece observação, pesquisa, entrevista, gráfico,leitura, produção de texto, vídeo e muito mais!
É assim que acontece o interesse pelo aprender, a razão de ir para a escola.
Fica aí a dica!
Joyce Pianchão
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
SE ASSIM FOSSE...
Deveria estar nas portas da sala de aula, na mente de cada um dos envolvidos na educação de crianças. Quantas borboletas mais felizes voando por aí...
terça-feira, 20 de setembro de 2016
ÁRVORE É VIDA,MENINO!
Você conhece uma árvore?
Onde viu uma?
Já subiu em uma árvore?
Já viu fruta no pé?
Já viu árvore carregadinha de manga, de goiaba,de laranja?
Já ficou embaixo de uma árvore chupando jabuticaba?
Já se refrescou na sombra de uma árvore?
Árvore não foi feita para ser derrubada,para ver suas folhas arrancadas, seus galhos destruídos por pura brincadeira de menino.
Árvore é abrigo, é casa pra passarinho.
Árvore é beleza,é dia fresco, é ar puro,é primavera, é cheiro de natureza,é cidade jardim sem poluição.
Amanhã, menino, é dia da árvore, plante uma, cuide dela.
Quando ela crescer faça dela o seu descanso, herança para seu filho, para seu neto, para o planeta.
Árvore é vida, menino!
Joyce Pianchão
domingo, 11 de setembro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Alfabetizar pode ser uma gostosa brincadeira
Aprender é uma gostosa criação
de letras formando palavras,
de palavras formando frases,
de frases formando histórias.
Imagine você viajando
nas histórias em quadrinhos,
nos livros de contos
e mais contos...
Viajando nas imagens e figuras
de revistas e jornais,
nas placas e propagandas,
nas ruas a passear.
Embarque nesta brincadeira
de estudar e aprender.
Vamos nos encontrar por aí
nesta aventura do saber.
Joyce Pianchão
sexta-feira, 2 de setembro de 2016
Aniversário da Escola Estadual Sandoval de Azevedo
Recebi
o convite
A escola festeja os seus noventa anos.
A sua idade é festejada, diferente dos meus
sessenta, nos quais preciso provar todos os dias que estou bem e viva.
Minha vida junto a você começou aos sete anos
de idade. Isto mesmo! Com sete anos, muita medrosa, tímida, sem preparo escolar
anterior, eu lhe enfrentei. Foi difícil, muito difícil, tão difícil, que dos
quatro anos de estudo, muito pouco me lembro. Você vai dizer que é da idade,
não é, lhe garanto, pois, nunca consegui descrever bem este período, somente
alguns poucos momentos, algumas poucas imagens.
Eu me lembro do medo que eu tinha da diretora,
lembro-me de minha mãe na sala de aula reclamando com a professora, porque me
bateram e rasgaram o meu uniforme (ainda não havia preocupação com o bullying
nas escolas). Além disso, eu era chamada
de “macarrão da Santa Casa”, devido à cor da pele, muito branca. Eu também me lembro
de que a professora perguntou para minha mãe se eu tinha “algum problema” e
pediu que ela me levasse ao psicólogo, devido ao meu silêncio (hoje sou
barulho). Minha mãe não me levou e disse à professora que problema todo mundo
tem. .E assim eu mesma fui “me curando” de acordo com as necessidades de
sobrevivência.
Mas também tenho boas lembranças da minha
primeira professora (a primeira é difícil esquecer), que dizia que minha letra
era linda! (a minha auto estima agradeceu a força).
Você não vai acreditar escola! Voltei para você,
depois de alguns anos, para trabalhar, agora eu já era professora! Moça nova e
ainda muito tímida. Chorei quando fui chamada, ainda carregava o medo pela
escola.
Quando se tem o medo, tudo parece maior do que
é. A escola era enorme! Quanta gente! E a diretora ainda era a mesma... Justiça
seja feita, a diretora que tanto medo me deixou na infância, recebeu-me muito
bem e reconheceu logo no início o meu desempenho profissional. A primeira
professora também lá estava. Esta foi uma boa notícia, um confortante encontro!
Trabalhamos juntas por algum tempo e compartilhamos bons e conflituosos
momentos.
Junto de você, eu fui superando meus medos, guardando
a timidez, fui crescendo como professora e gente. E não vou lhe negar que
questionei muito algumas das suas normas e regras. Algumas persistem, outras se
foram.
E nós, eu e você, escola, passamos mais de
quarenta anos juntas.
Momentos de alegria, realização e superação. De tristeza, incompreensão e enfrentamento
também.
Como em qualquer outra relação vivemos e
morremos algumas vezes...
Eu passei por mudanças e você também. Ainda
bem!
Eu encerrei minhas atividades de
estudante e professora. Você continua
firme, seguindo em frente. Se me permite lhe dizer, acho seus passos lentos. Não
acredito que sejam pelos seus noventa anos. Nunca compreendi bem porque a escola, de onde deveria ser o nascimento, a partida de tudo, é onde geralmente a
chegada é atrasada... O novo surge em outros cantos, para só depois chegar à
escola. Por isto hoje se escuta que a escola precisa acompanhar a evolução e a
necessidade dos alunos atuais, utilizar os novos recursos de aprendizagem, etc
e etc...
Não
estou mais com você, nos despedimos no ano passado, mas não é possível dizer
que você saiu de mim. Espero também estar em você.
De longe eu assisto seus noventa anos.
Chegam agora outras jovens professoras para a
seu lado ficarem. Com certeza vocês vão se entender, vão superar juntas as
dificuldades que surgirem. Vocês vão também se alegrar juntas, vão crescer, vão
acelerar a partida... Pode também acontecer de se desentenderem, faz parte da
aprendizagem de ambas... Acredite, é o meu desejo vê-la bem.
As jovens professoras vão passar por você, vão
também deixar marcas e você vai ficar para sempre nelas. Como está impregnada
em mim.
Escola, você talvez esteja a se perguntar:
Afinal qual é o objetivo desta falação toda?
Eu acredito que revendo a minha trajetória
escolar, como aluna e professora, eu esteja contribuindo, de certa maneira, para
uma revisão de ações na instituição, que venham beneficiar o convívio de alunos
e professores.
E se para nada mais servirem as minhas palavras,
que sirvam para mim. Que elas façam sair coisas guardadas e não ditas e me
deixem mais leve.
Quem sabe assim eu também chegue bem aos
noventa como você.
O meu desejo maior é que eu possa ver (mesmo que seja de longe) você
realmente crescer, mas crescer de verdade, crescer para o mundo, ser um mundo
de muitas novas possibilidades de educar, no mais amplo sentido da palavra.
Que seu objetivo maior seja o de demonstrar que
o mais importante é não ter medo da
escola, é nela querer ficar, é sentir-se verdadeiramente acolhido, aceito e
respeitado. Respeitado no direito de exercer a liberdade de se expressar, de
sentir, de ser ouvido, de se movimentar, de propor coisas novas, de ser compreendido.
Os mais de quarenta anos junto de você me
fizeram entender que uma escola bonita de se ver não é uma escola silenciosa,
mas sim uma escola onde os alunos tenham voz. Onde os professores silenciam-se
para escutar mais (Porque nós professores falamos tanto? Fomos crianças
silenciosas...).
Parabéns, Escola Estadual Sandoval de Azevedo!
Parabéns pelos seus noventa anos.
Parabéns pela oportunidade que tem de continuar
viva e de acreditar que a Educação é ainda o bem mais precioso a ser adquirido
por todos.
Parabéns pela oportunidade que você dá a todos
que acolhe de fazer mais e melhor. Fazer a diferença e acrescentar. É isto! O importante é acrescentar.
Sem acrescentar, nada deixamos de significativo e verdadeiro.
Parabéns pelos seus erros, pois são eles que abrem os caminhos de retomada, de avaliação,
de questionamentos, da procura pelas
respostas, de momentos de reflexão, de redefinição de metas para saber onde realmente quer chegar, o que
realmente quer alcançar.
Parabéns pelos seus acertos que são o resultado
de trabalho coletivo, de planejamento, de engajamento.
Parabéns para todos que têm a oportunidade de
ser você, assim como eu tive.
Joyce Pianchão
Setembro de 2016
sábado, 20 de agosto de 2016
VAI PROGRAMAR UM PASSEIO?
Imagem: Sou de Minas, Uai
Biblioteca é a mais marcante aventura para uma criança que a família e a escola podem programar. Repetidas vezes, aventura semanais,que podem acontecer em casa,na escola, nos espaços públicos,nas livrarias.
Já foi? Volte!
Há sempre uma nova descoberta,um novo querer, um novo estímulo, uma nova motivação.
Enfim,muitas e muitas possibilidades de acontecer o gosto pela leitura,pela escrita, o despertar da fantasia, da imaginação, da criatividade, do conhecimento,da diversão,do brincar, da troca, do compartilhamento, do encontro, de novas ideias, novos projetos.
Tudo pode acontecer num cantinho onde há livros.
Joyce Pianchão
sexta-feira, 12 de agosto de 2016
ESTUDANTE,PROVOCADOR DE MUDANÇAS
Crédito na imagem.
Ser
estudante já significou um bocado de coisas que hoje já não se aplica mais,
pois estudante é mais amplo que ser aluno, diverge do comportamento de um
discípulo, de um mero seguidor, ávido de conhecimento.
Por que
mesmo depois de tanto tempo em salas de aula, muitos de nós não se sentem
confortáveis para se posicionarem, para questionar, criticar ou mesmo expressar,
mesmo que seja em situações informais?
Por muito
tempo acreditamos que o bom estudante era aquele que recebia passivamente o
ensinamento, absorvia-o sem entender muitas vezes porque o recebia e onde
aplicaria o conhecimento adquirido. O bom estudante era conhecido somente pelas
boas notas, bom comportamento e por sua aceitação passiva às normas, regras e até
mesmo crenças religiosas e ações “educativas”. Quem
não se adaptava a estes moldes não prosseguia nos estudos.
Hoje, porém,
a coisa mudou! O bom estudante é aquele que corre atrás do que quer, que
questiona o que recebe, é ativo e participa da construção das ações escolares.
O estudante contemporâneo compartilha o seu conhecimento com a escola. Interage
com o mundo, através dos muitos e variados recursos tecnológicos. A escola abre
hoje seus portões e aceita o desafio de não ser o único, mas um recurso
orientador e essencial de aprendizagem.
Muitas mudanças ainda são necessárias no
ambiente escolar, como na maneira como acolhe e respeita a “bagagem” do
estudante e nas possibilidades que dá a todos sem discriminações.
É o
estudante o primeiro provocador de mudanças na escola.
O que se
espera é que o estudante assuma a sua importância neste trilhar escolar. Se ele
tem consciência do papel fundamental que exerce neste contexto e a partir deste
em muitos outros, a educação encontra o rumo ao seu verdadeiro e primordial
objetivo, ser o veículo condutor para uma aprendizagem plena e eficaz. E é a
própria instituição escolar a responsável por despertar no aluno as suas
potencialidades de estudante.
Escola é escola, não importa que seja pública
ou particular, municipal, estadual ou federal, grande ou pequena, urbana ou
rural, não importa! Todas têm é que ter os recursos básicos, gente competente, valorizada
e compromissada que deem funcionalidade ao espaço escolar que existe para o aluno
e com o aluno.
As
alternativas para prosseguir os estudos são bem maiores, há mais
disponibilidade de chances para todos que queiram estudar.
Ser
estudante é bem mais do que ser um aluno matriculado na escola, é saber que tem
o dever pessoal de aproveitar todas as possibilidades para se desenvolver bem e
concorrer igualmente com os demais na construção dos seus ideais de vida.
Todos os
dias são seus, estudante!
Agarrar as
chances e saber o que exatamente quer para si é a chave que abre muitas
possibilidades de fazer melhor por você, para a escola e para muita gente!
Joyce
Pianchão
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